segunda-feira, 19 de julho de 2010

Bons tempos aqueles

Para onde foi a minha imaginação? Questiono isso porque, aos 21 anos de idade, chego à conclusão de que já não sou o mesmo de antigamente. E quando digo antigamente, falo, especificamente, da época em que eu ainda era uma criança. Época boa essa, vale ressaltar.
Quando eu era pequeno, o dia era mais longo e eu sabia exatamente como aproveitar cada minuto que eu tinha, fazendo do tempo um grande aliado. Hoje, os dias são curtos, e agora tudo está invertido. O tempo que se aproveita de mim, e de maneira nem um pouco amigável.
Na infância somos todos irresponsáveis, no bom sentido da palavra. Não temos obrigações e não precisamos nos preocupar com nada, a não ser com a hora do nosso desenho preferido, a origem dos bebês e os cadarços dos sapatos, que teimam em estar desamarrados.
Eu podia ser o Super Homem, o Batman ou qualquer um dos integrantes dos Cavaleiros do Zodíaco. Atualmente, está difícil até ser eu mesmo. A minha imaginação era fértil, repleta de vontades. Ao ter uma bola nos pés, eu podia, sozinho, ser um time inteiro. E agora? Com quem eu vou jogar, se me transformei em apenas um?
A adolescência também tem os seus momentos de brilhantismo. Lembro que, às vésperas do vestibular, eu estava ansioso, nervoso. Então, vem um amigo com a imaginação tão produtiva quanto a minha e diz: “Calma. O vestibular é para sempre. Todo ano tem um.” Como aquela frase me tranquilizou. O que eu e meu amigo não sabíamos é que o vestibular, de fato, é para sempre. Mas nós não.
Não tenho mais recreio, bicicleta com rodinhas, nem o boneco do Wolwerine. Já dei o primeiro beijo, já sei tocar violão e não só aprendi de onde vêm os bebês, como ainda sou, eu mesmo, capaz de fazê-los. Porém, nem tudo está perdido, pois tenho minhas lembranças, e a imaginação costuma me visitar de vez em quando. E quem me conhece sabe: ao receber a visitante ilustre, costumo ser um ótimo anfitrião.

domingo, 11 de julho de 2010

Mania de ter mania

Engraçado essa coisa de ter mania. Às vezes, a mania chega a ser tão acentuada, que acaba se tornando mais forte do que nós mesmos. Algumas são bastante sérias – pelo menos para quem as tem -, outras, de tão insignificantes, não alteram a vida social, e nem sequer são percebidas por quem está por perto. Mas uma coisa é certa: cada um tem a sua própria mania, ainda que nem tenha se dado conta disso.
Eu mesmo possuo a mania incontrolável de observar a mania dos outros. É cada uma que me aparece. Dia desses descobri uma nova, a drapetomania. Ela consiste na necessidade de se andar sem destino, sem rumo. Imagino que até seja possível se chegar a lugares interessantes, mas confesso que prefiro traçar o meu roteiro antes de iniciá-lo. Tudo bem, vejamos o lado bom da coisa: quem sofre de drapetomania nunca se perde. Na verdade, sempre se acha. Afinal, para quem não ia a lugar nenhum, qualquer lugar aonde se chega pode ser visto como lucro.
Existem também as manias mais comuns, e um exemplo é a mitomania. O mitomaníaco precisa estar sempre contando mentiras para as pessoas com quem se relaciona, seja com maior ou menor intensidade. Acho até que já conheci um destes, mas não tenho certeza. Digo isso porque um indíviduo com quem conversei uma vez se disse mitomaníaco assumido, mas vai que era tudo mentira... Complicada essa mitomania.
Enfim, a grande mania dos seres humanos é criar manias inesplicáveis e sem sentido. Para quem pensa que não tem nenhuma mania, seguem alguns conselhos: que tal a eleuteromania (obrigação de se sentir livre) ou a amenomania (vontade compulsiva de estar alegre)? Ah, você é quem sabe. Que mania essa minha de me meter na vida alheia.

sábado, 3 de julho de 2010

Vai entender...

Os hermanos estão fora, e mais: levaram de 4 da Alemanha. Com certeza, deve ter doído para os argentinos (no bom sentido, é claro). Beijo pra lá, lágrima pra cá, e assim mais uma seleção que era tida como uma das mais fortes para essa Copa se despede. Aliás, a Copa do Mundo de 2010 está sendo, de fato, bastante interessante. Alguns dos favoritos não conseguiram mostrar a que vieram – incluindo o Brasil – e curiosidades começam a surgir durante o torneio de futebol mais importante do planeta.
Em 59 jogos, já foram marcados 132 gols. Um número, digamos, razoável. Agora, uma coisa sempre me deixou intrigado. Esse negócio de média de gols feitos por partida. Quer saber por quê? Bem, é simples. Vamos à média atual da Copa que está sendo disputada, que é de 2,2 gols por jogo. Como é que um jogo pode ter 2,2 gols? Já pensou:
- E aí, meu velho, quanto que tá o jogo? – pergunta o cidadão.
- Ihhh, tá empatado: 2,2 a 2,2. – responde o outro.
Não dá, né!? Só podia ser invenção de matemático.
O mesmo acontece com o percentual de público por partida. Até agora, a média de pessoas que vão assistir aos jogos nos estádios é de 46.929,6. E o que seria esse misterioso “,6”...? A pequena comunidade de anões, que nunca faltam aos espetáculos mas não podem ser contados como pessoas inteiras? É, talvez.
Por fim, me chama a atenção um detalhe: os mascotes da Copa. Esta ano foi o leopardo chamado Zakumi. Até simpático. Na Alemanha foi a vez de um leão, que recebeu o nome de Goleo VI. E no Brasil, qual será o animal escolhido? O tamanduá bandeira Extincto? O mico-leão-dourado Jaera? Ou ainda, o burrinho falante Dunga? Este último não. Vai que dá azar...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Espanhola nos argentinos!

O Brasil deixou o hexa campeonato mundial para 2014. Vão ser mais 4 anos de espera para ver a seleção canarinho levantar a taça e gritar novamente “É campeão!”. Enquanto isso não acontece, a Copa do Mundo segue, e eu, aficcionado por futebol que sou, não vou deixar de acompanhar os jogos que ainda serão disputados. Mas e agora, pra quem torcer?
Não, Holanda não. Além de terem eliminado o Brasil, esses holandeses são arrogantes. Antes mesmo de começar o jogo, já estavam botando banca, dizendo que não tinham medo do nosso time e blá, blá, blá. Laranjinha azeda essa...
E o Uruguai? Seria um caso a se pensar. Mas peraí. Deixar o título pra outra seleção sul-americana não rola. Nada contra os uruguaios, mas também, nada a favor.
Argentino nem vale a pela comentar. Se o Maradona leva essa, vão ser anos e anos de gozação em cima da gente. Até simpatizo com o dito cujo. Incentiva os seus jogadores, valoriza o grupo que tem. Mas Argentina é Argentina, e não tem como não querer que eles se estrepem o mais rápido possível.
Da Alemanha eu só quero a cerveja. Afinal de contas, eles já são tri campeões, e de tetra já basta a Itália. Gosto do estilo de jogo dos alemães. Que diferença das copas passadas, em que os homens de branco mais pareciam robôs com a bola nos pés. É bom que voltem logo para casa, pois parece que redescobriram os segredos do verdadeiro futebol.
Verdadeiro futebol que não é jogado pelo Paraguai, diga-se de passagem. No país em que tudo é falsificado, os atletas até se esforçam, mas não acredito que tenham potencial para chegar ás finais. Como todo bom produto paraguaio, a seleção do craque Roque Santa Cruz parece não ter vida muito longa na Copa.
Me sobrou a Espanha. Pra ser sincero, realmente quero que os espanhóis saiam vitoriosos – de preferência depois de disputar a final contra Messi e companhia. Que a “Fúria”, como é chamada a equipe espanhola, finalmente mostre a sua força e faça jus ao apelido que lhe foi dado.